O que é?
“Uma síndrome psiquiátrica grave, caracterizada por distúrbio de consciência e rebaixamento cognitivo global, com início abrupto e curso flutuante (ou seja, de altos e baixos), acompanhada por alterações no ciclo sono-vigília.”
O delirium é uma desordem global, porém inespecífica, da função cerebral.
A associação entre delirium e demência é bidirecional: demência é o principal fator de risco para delirium e ⅔ dos casos de delirium ocorrem em pacientes com demência.
Fatores que predispõem ao delirium:
- Idade: é o mais relevante. Quanto maior a idade, maior a prevalência de delirium.
- Gênero masculino
- Déficit visual
- Demência prévia
- Depressão
- Imobilidade
- Fratura de fêmur
- Desidratação
- Alcoolismo
- Entre outros
Fatores que precipitam o delirium:
- Infecção
- Distúrbios metabólicos (p.ex. diabetes)
- Hipoxemia (má oxigenação)
- Anemia
- Insuficiência de órgãos
- Abstinência alcoólica
- Drogas: praticamente qualquer droga pode causar delirium em indivíduos suscetíveis, em especial os opioides
- Fatores psicossociais
- Alguns medicamentos
- Entre outros
Como é o quadro clínico?
As manifestações clínicas do delirium são numerosas e incluem uma variedade de sintomas neuropsíquicos.
Podem ocorrer agitação, ansiedade, distúrbio do sono e irritabilidade, mas o quadro evolui rapidamente com o comprometimento da atenção e alteração da consciência. Ocorrem desorientação global, prejuízo de memória e eventualmente desorganização do pensamento (fala incoerente).
São frequentes alterações na atividade psicomotora (os movimentos podem se tornar exacerbados ou diminuídos) e também na percepção sensorial (alucinações, ilusões, falsos reconhecimentos).
Sintomas afetivos também podem estar presentes (tristeza, irritabilidade, euforia).
O curso da doença flutua, sendo características a sonolência diurna e agitação noturna.
O que fazer?
É sempre recomendável contatar um psiquiatra ao se perceber os sintomas em um familiar, amigo, ou conhecido.
O diagnóstico de delirium nem sempre é fácil, uma vez que os sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças psiquiátricas. Por exemplo, pacientes em delirium podem apresentar sintomas de depressão e serem erroneamente diagnosticados. Também é comum a confusão entre delirium e demência.
Uma vez diagnosticado, o manejo do delirium deve ser iniciado com medidas que visam à sua prevenção. O monitoramento clínico adequado e o cuidado especializado oferecido por equipes multidisciplinares, incluindo enfermeiros, clínicos, psiquiatras e neurologistas, são sempre recomendados.
Assim, os médicos poderão oferecer um tratamento adequado e efetivo, sendo os resultados sempre melhores se o paciente tiver uma rede de apoio social (familiares, amigos, conhecidos).